verdadeira origem do maculelê é desconhecida, existindo
diversas lendas a seu respeito. Estas lendas, naturalmente, vieram da
tradição oral característica às culturas afro-brasileira e indígena da época do Brasil Colônia e inevitavelmente sofreram alterações ao longo do tempo.
Em uma delas conta-se que Maculelê era um negro fugido que tinha
doença de pele. Ele foi acolhido por uma tribo indígena e cuidado pelos
mesmos, mas ainda assim não podia realizar todas as atividades com o
grupo, por não ser um índio. Certa vez Maculelê foi deixado sozinho na
aldeia, quando toda a tribo saiu para caçar. Eis que uma tribo rival
aparece para dominar o local. Maculelê, usando dois bastões, lutou
sozinho contra o grupo rival e, heroicamente, venceu a disputa. Desde
então passou a ser considerado um herói na tribo.
Outra lenda fala do guerreiro indígena Maculelê, um índio preguiçoso e
que não fazia nada certo; por esta razão, os demais homens da tribo
saíam em busca de alimento e deixavam-no na tribo com as mulheres, os
idosos e as crianças. Uma tribo rival ataca, aproveitando-se da ausência
dos caçadores. Para defender a sua tribo, Maculelê, armado apenas com
dois bastões já que os demais índios da sua tribo haviam levado todas as
armas para caçar, enfrenta e mata os invasores da tribo inimiga,
morrendo pelas feridas do combate. Maculelê passa a ser o herói da tribo
e sua técnica reverenciada.
Existem diferentes versões para cada lenda, mas a maioria mantém como
base o ataque rival, a resistência solitária e a improvisação dos dois
bastões como arma. O maculelê atual, usando a dança com bastões,
simboliza a luta de Maculelê contra os guerreiros rivais.
Estudos desenvolvidos por Manoel Querino (1851-1923) apontam indicações de que o maculelê poderia ser um fragmento do Cucumbi, apesar das notáveis diferenças.
O maculelê é uma dança que pode envolver mulheres e homens.
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