Uma das características que mais marcam a cultura indígena, é a pintura
corporal que pode ser vista como tão necessária e importante
esteticamente como a roupa usada pelo “homem branco”. A pintura corporal
para os indios tem sentidos diversos, não somente na vaidade, ou na
busca pela estética perfeita, mas pelos valores que são considerados e
transmitidos através desta arte. Feita de jenipapo, carvão ou urucum,
tem como objetivo diferir os povos, determinar a função de cada um
dentro da aldeia e até mostrar o estado civil. Algumas índias utilizam
esse método, por exemplo, para “dizer” que estão interessadas em
encontrar um parceiro.O processo de preparação da tinta consiste em
ralar a fruta com semente e depois misturá-la com outros pigmentos, como
o carvão, para diversificar as cores.Nos dias comuns a pintura pode ser
bastante simples, porém nas festas, nos combates, mostra-se requintada,
cobrindo também a testa, as faces e o nariz. A pintura corporal é
função feminina, a mulher pinta os corpos dos filhos e do marido. Cada
etnia tem sua própria marca e se alguma outra utilizar a mesma, uma luta
entre as aldeias pode ocorrer.A etnia Tenharim, do Amazonas, faz
desenhos de bolas em todo o corpo para se caracterizar. Homens usam
desenhos maiores para se diferenciarem das mulheres e imporem uma
posição de liderança. Já na aldeia Tapirapé, do Mato Grosso, homens
podem usar as mesmas figuras das mulheres, mas as mulheres não podem
usar as dos homens. Esta é uma arte muito especial porque não está
associada a nenhum fim utilitário, mas apenas a pura busca da beleza.
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