Os indígenas rezam a Nhandarevuçu e seu mensageiro Tupã. Tupã não era exatamente um deus, mas sim uma manifestação de um deus na forma do som do trovão. É importante destacar esta confusão feita pelos jesuítas. Nhanderuete, "o liberador da palavra original", segundo a tradição mbýa, que é um dialeto da língua guarani, do tronco lingüístico tupi, seria algo mais próximo do que os catequizadores imaginavam.
Câmara Cascudo afirma que Tupã "é um trabalho de adaptação da catequese". Na verdade o
conceito "Tupã" já existia: não como divindade, mas como conotativo
para o som do trovão (Tu-pá, Tu-pã ou Tu-pana, golpe/baque estrondante),
portanto, não passava de um efeito, cuja causa o índio desconhecia e,
por isso mesmo, temia. Osvaldo Orico
é da opinião de que os indígenas tinham noção da existência de uma
Força, de um Deus superior a todos. Assim ele diz: "A despeito da
singela idéia religiosa que os caracterizava, tinha noção de Ente
Supremo, cuja voz se fazia ouvir nas tempestades – Tupã-cinunga, ou "o
trovão", cujo reflexo luminoso era Tupãberaba, ou relâmpago. Os índios acreditavam ser o deus da criação, o deus da luz. Sua morada seria o sol
Para os indígenas, antes dos jesuítas os catequizarem, Tupã
representava um ato divino, era o sopro, a vida, e o homem a flauta em
pé, que ganha a vida com o fluxo que por ele passa.
Fonte:Wikipedia
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