Ícone da cultura gaúcha, a Teiniaguá, é uma Princesa Moura, transformada em largatixa pelo Diabo Vermelho dos índios, Anhangá-Pitã. Séculos atrás, quando caiu o último reduto árabe na Espanha, veio fugida e transfigurada em uma velha; para que não fosse reconhecida e aprisionada.
Corpo de lagartixa (ou salamandra), encontra-se no lugar de sua cabeça uma pedra preciosa cintilante, cor de rubi, que fascina os homens e os atrai, destinada a viver em uma lagoa no Cerro do Jarau.
Mas um dia o sacristão da igreja da aldeia próxima, assolado pelo calor,
foi até a lagoa refrescar-se. Ao se aproximar percebeu que a lagoa
fervia e na sua frente a Teiniaguá surgiu, rapidamente ele a agarrou, a
aprisionou em uma guampa, e foi para seus aposentos atrás da igreja.
Durante a noite, ao abrir a guampa, ocorre uma mágica, ela volta a ser mulher e lhe pede vinho. Sabendo que o único vinho que podia oferecer era o do padre, não hesitou em buscá-lo. Todas as noites o fato se repetia, e os padres
começaram a desconfiar; uma noite entraram no quarto do sacristão, a
Teiniaguá, rapidamente se transformou em lagartixa e fugiu para as
barrancas do Uruguai, ele foi preso.
O sacristão foi condenado a morte,
e no dia da aplicação da sentença, sua amada sentiu um mau
pressentimento e voltou à aldeia para resgatá-lo. Utilizando magia, o
encontrou e nesse momento houve um grande estrondo, que produziu fogo e fumaça e tudo afundou.
Ficaram confinados após isso, em uma caverna profunda, chamada de Salamanca do Jarau.
De onde só sairiam quando surgisse algém capaz de cumprir as sete
provas: as espadas ocultas na sombra, a arremetida de jaguares e pumas
furiosos, a dança dos esqueletos, o jogo das línguas de fogo e das águas
ferventes, a ameaça da boicininga amaldiçoada (única que não está
presente na literatura épica, é um proveitamento folclórico), o convite
das donzelas cativas, o cerco dos anões.
Com os desafios superados, seria concedido ao valente vencedor um
desejo, o qual, ele deveria depois renegar. Após duzentos anos, chega à
furna um gaúcho chamado Blau, que conheceu a lenda através de sua avó charrua.
Sem hesitar ele cumpriu as provas, pórem, não desejou nada. A princesa
ficou triste, pois assim não conseguiriam, ela e seu amado sacristão,
libertarem-se do encanto. Quando o gaúcho montava em seu cavalo para ir
embora, o sacristão lhe deu uma moeda de ouro, como lembrança de sua
estada; sem poder recusar, colocou a moeda no bolso e foi embora.
Alguns dias depois ficou sabendo que um amigo seu desistira de ser criador de gado, lembrou da moeda e foi comprar um boi,
mas ao retirá-la para pagar foram surgindo novas moedas e ele conseguiu
comprar todos. Admirado com a riqueza de Blau, o amigo espalhou a notícia, e todos ficaram espantados com ela. Acreditando que ele havia feito um pacto com o demônio,
ninguém mais quis lhe vender nem comprar nada. Sentindo saudade da vida
de antes, voltou à gruta para devolver a moeda mágica. Chegando lá,
contou a história ao sacristão e lhe devolveu a moeda. Ao colocá-la em
sua mão, o feitiço foi quebrado com uma grande explosão. Da furna saíram
os dois condenados, transformados em um belo casal de jovens.
Casaram-se e trouxeram a descendência indigeno-ibérica aos povoados do Rio Grande do Sul.
Fonte:Wikipedia
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