domingo, 6 de maio de 2012

VINHOS DE FRUTAS SILVESTRES E OUTRAS BEBIDAS INDÍGENAS

(...) Já nos primeiros dias do descobrimento e colonização do vale amazônico os cronistas da estirpe intelectual do padre João Daniel, Vieira e Bettendorf, que recolheram subsídios para o conhecimento da personalidade do indígena, através dos seus vícios, mais numerosos, no dizer deles, do que as virtudes, logo o apontaram como dado à bebedice.

Fabricam seus vinhos... diziam; embriagam-se constantemente, nas suas danças e outras ocorrências sociais cometem crimes de toda natureza, flechando-se e golpeando-se com seus quicés, talhados nas lâminas de taquaras, ou com os seus tacapes e cacetes.

Assim, forçoso era que os missionários antes de qualquer solenidade religiosa ou tribal, saíssem a quebrar quanta vasilha continha aqueles vinhos, vinhos de frutas silvestres, de milho; de batatas agrestes, de mandioca.

Os vinhos tinham nomes sonoros e podiam atingir elevado grau de fermentação, assim os retivessem nos cochos e outras vasilhas que lhes eram destinadas. Chamavam tarubá, mocororó ou makururu, tiquira, caxiri ou caxiry, chibé, aluá e cayssuma.

Os vinhos, feitos com beijus de mandioca, eram postos a fermentar em compridos e fundos cochos de madeira ou em potes de argila, decorados com figuras míticas e desenhos geométricos, de fina inspiração artística; e levavam à embriaguez, é verdade, sendo, porém, menos prejudiciais à saúde do que a aguardente do Reino, que o colonizador trouxera consigo, e do que essa enfeitiçadora cachaça ou parati, fabricada com o sumo da cana trazida da Índia ou de São Vicente.

O padre João Daniel exageraria, por certo, quando assim se manifestava contra aquela inocente bebedice: "De modo ordinário rematam estes festins nos efeitos e desgraças da bebedice, que são bulhas, pancadas, feridas e mortes; uns porque têm inimigos, e alterando-se com o Baccho a cólera, desabafam em vinganças; outros porque bêbados não sabem o que fazem; estes por se quererem mostrar valentes, e aqueles por alguma raiva. E nas mesmas aldeias e missões não só conservam as mesmas festas e beberronias, mas também rematam ordinariamente aos mesmos efeitos e desgraças.

Veja-se aqui, embora ligeiramente descritos, o que eram os vinhos dos nossos indígenas.

O tarubá era feito com uma grande quantidade de beijus de mandioca, postos n’água, envoltos em folhas de bananeira, sororoca ou de curumin-caá, a que ajuntavam certo fermento e mesmo alguma quantidade de mel, deixando que destilasse durante determinado número de dias. E nisso punham uma técnica tradicional, que a química moderna viria a reconhecer admirável. A puçanga, a que se refere Alfredo da Mata, era seguramente o fermento aqui referido. Tomava uma ligeira densidade de cerveja e não de mingau ou caribé, como outros autores entenderam comparar. E, como os velhos vinhos, das adegas de Portugal e de França, deliciava o paladar e entontecia os sentidos.

A técnica do preparo do tarubá é descrita, também, por alguns observadores e provadores, sem dúvida, de modo a confundi-la com a que se emprega no preparo de tikira. Os beijus, embrulhados daquela maneira, eram estendidos em jiraus, à sombra, na casa-de-farinha, sendo polvilhados com o fermento.

A finalidade era, porém uma só: dar alegria ao povo, alegria expressa no vocábulo turyua, da sua tradicional saudação. Barbosa Rodrigues dizia do tarubá que era "uma bebida espirituosa, feita com beijus, de mandioca.

O mocororó ou makururu era uma bebida feita de arroz cozido ou de mandioca, que se deixava fermentar nos mesmos vasilhames acima referidos. E, como o tarubá, era apreciadíssimo pela indiada, visto que a punha naquele estado de "beberronia" a que aludia o padre João Daniel.

A tikira é outra bebida indígena tradicional, cujo centro de produção e de consumo tem o Estado do Maranhão como área, mas ainda há quem a prepare no interior do Pará e do Amazonas.

O insigne químico, professor Osvaldo Gonçalves de Lima, segundo nos informou Nunes Pereira, ensina que "essa bebida é o destilado de uma cerveja indígena, feita de mandioca, sob uma técnica de fermentação que foge do mastigatório primitivo tão freqüente na preparação das bebidas desse gênero, entre os povos naturais; sendo antes, na importância dos elementos culturais que encerram um fato denunciador de valiosos aspectos do poder de observação e da capacidade inventiva do aborígine, sabendo aproveitar de maneira assaz perfeita, a julgar pelas condições precárias em que agiu, a ação sacarificante dos fundos".

Na tikira ou tiquira (como escreveu O. G. de Lima) entram - tal qual no tacacá por nós acima salientado - os beijus feitos "de massa da mandioca ralada e prensada.

A massa dos beijus é diluída n’água e posta a fermentar durante dois a três dias.

No Maranhão corre a crença de que quem toma dessa bebida não pode molhar os pés, pois, se o fizer, enlouquecerá fatalmente.

O caxixi é qualquer bebida feita de bulbos, tubérculos ou frutos da flora amazônica. O melhor caxiri porém, é o feito como o tarubá e a tikira, com beijus de mandioca, desmanchados n’água, a que associam mel ou rapadura. Stradelli, que emite quase idêntica definição, diz que o vocábulo deu nome a uma festa, na qual bebem o caxiri largamente. "É festa particular, para a qual não há época prefixada, nem há convites, embora seja sempre bem-vindo qualquer estranho."

O chibé, na inteireza de sua composição, resulta de alguns punhados de farinha de mandioca numa cuia d’água, cujos grãos lentamente amolecem e transmitem ao líquido um sabor acidulado. A farinha tem de ser necessariamente a dita d’água.

Imprimindo-se à vasilha um movimento rotativo, da direita para a esquerda, sucessivamente, consegue-se que venham à tona fragmentos dessa farinha, que não amoleceram, numa operação denominada cessar, semelhante à que se procede com farinhas espessas numa esteira ou urupema. É bebida que refresca e acalma o organismo nas grandes soalheiras, quando se viaja em canoa.

A cayssuma é outra bebida que pode embriagar, de acordo com o tempo de fermentação e de entrar no seu preparo o milho, a mandioca ou a batata-doce, dispensando-se, no caso do milho, o tal mastigatório primitivo, porque esse cereal, a mandioca e a batata-doce são sempre fervidos. Stradelli esclarece essa técnica com as palavras seguintes: "O milho grosseiramente pilado é empastado com água morna e posto a cozinhar em pupecas de folha de arumã ou pacoba; e quando cozido, uma parte é desmanchada pura e simplesmente n’água, outra é desmanchada nela depois de conscienciosamente mascada. É um serviço em que se empregam todos os presentes na casa sem distinção. A bebida fica pronta no terceiro dia e servida depois de cuidadosamente escumada".

A caysuma ou caissuma também é produzida com o emprego de frutos silvestres. Dispensa fervura e mastigação, bastando que, depois de espremida, lhes ponham a massa. a fermentar pelo espaço de alguns dias.

Depois da caysuma de abacaxi, para algumas pessoas, a preferida será sempre a que se faz com a massa dos frutos da palmeira chamada pupunha. Essa massa, gordurosa extraordinariamente, é cozida e posta a fermentar durante dois a três dias.

O cacau não tem seu valor limitado apenas às bagas que, depois de torradas e piladas, constituem o chocolate. Da polpa dessas bagas também fabricam um vinho, espremendo-se num tipiti (o mesmo utensílio de palha trançada utilizado na extração do tucupi) como se se espremesse a massa da mandioca.

O líquido é bebido no mesmo dia, não sofrendo fermentação.

O aluá é bebida feita de milho cozido, que se deita depois numa vasilha de barro, num cocho ou num barril, adicionando-se-lhe açúcar, cachaça e gengibre.

Depois de submetido a uma fermentação de poucos dias, pode ser bebido no decorrer das festas juninas, nos arraiais e mesmo em ambiente doméstico.

O açaí é a bebida predileta dos paraenses e dos amazonenses, sendo preparada com a polpa roxa dos carocinhos de uma das mais elegantes palmeiras da Amazônia. Mergulhando-os num alguidar, sob o esforço ritmado das mãos de uma amassadeira, isto é, de uma mulher experimentada nesse trabalho, são uniformemente macerados, à proporção que se lhes junta cuias de água fresca.

Costuma-se, entretanto, deixar os carocinhos da palmeira açaí numa vasilha com água morna, para facilitar a maceração da polpa, o que dá ao vinho uma espessura de xarope. A massa é passada, depois da maceração, numa peneira ou urupema. Associam-lhe açúcar, farinha-d’água ou de tapioca, antes de beber-lhe o líquido, de cor arroxeada, nas cuias típicas da região, de Santarém ou de Óbldos. Esse vinho, se cozido, é chamado mingau de açaí.

De uma outra palmeira também são aproveitados os frutos para o preparo de um vinho - o da bacaba. A técnica de maceração é a mesma. E a do vinho da palmeira buriti, igualmente.

Enquanto as outras bebidas ou vinhos, acima relacionados e descritos, possam levar à embriaguez, o vinho de açaí, ao contrário, é considerado um alimento preciosíssimo, rico em vitaminas e outros princípios nutritivos, atenuando em grande parte o problema social da nutrição das populações rurais e das cidades e vilas da Amazônia.

(...)


(Orico, Oswaldo. Cozinha amazônica, p.104-107)

Lenda da Arvore Naliadigua


                        Lenda da Arvore Naliadigua
    
              No tempo passado existia uma arvore cujo cimo frondoso e
 altaneiro  tocava  o  céu.  Por isso as almas a haviam escolhido para 
 alcançar  o  firmamento. À  sua  frondosa sombra abria-se larga lagoa 
 muito piscosa. Após  a pescaria, costumavam as almas a ela subir para
 ganhar  o  páramos celestiais. Certo dia  a  alma de uma velhinha foi 
 mal sucedida na pescaria;  e  as  companheiras egoístas negaram-lhe a 
 esmola de um peixinho. Enfureceu-se velha e, transformada em capivara,
 atirou-se  com unhas  e  dentes ao tronco da arvore até que conseguiu 
 derruba-la. Foi assim que acabou a escada do céu.
                 (Lenda indígea )
      
Pesquisa - Velho Bruxo

Lenda da criação das estrelas


                   Lenda da criação das estrelas

               Algumas índias foram colher milho para fazer pão para seus
   maridos. Um  indiozinho  seguiu a mãe e, ao vê-las fazendo pão, roubou
   um  monte de milho. Chamou  seus amigos e foram pedir para a avó fazer
   pão para eles também.
   As mães, sentindo a falta do milho, começaram a procurá-lo. Os meninos,
   depois que comeram o pão, resolveram fugir para o mato. Para que a avó
   não contasse o que tinham feito, cortaram-lhe a língua. Então chamaram
   o  colibri  e  pediram  para  que amarrasse lá no céu o maior cipó que 
   encontrasse  e  começaram  a subir. As mães perceberam que as crianças
   não estavam na tribo. Desesperadas, perguntaram para a avó o que tinha
   acontecido , mas  essa não podia responder. Então , uma das mães olhou
   para  o  céu  e  viu  os meninos subindo pelo cipó. As mães correram e
   imploraram  para  que voltassem , mas os meninos não obedeceram. Então,
   elas  decidiram subir no cipó também. Mas os indiozinhos cortaram-no e
   as  mães  caíram  transformando-se  em  animais  selvagens. Os meninos
   malvados ,  como castigo , tiveram que olhar fixamente todas as noites
   para  a  terra ,  para  ver o  que aconteceu com suas mães. Seus olhos
   sempre abertos são as estrelas.
                   (Lenda indígena ) 
        
Pesquisa - Velho Bruxo

Tupã

Os indígenas rezam a Nhandarevuçu e seu mensageiro Tupã. Tupã não era exatamente um deus, mas sim uma manifestação de um deus na forma do som do trovão. É importante destacar esta confusão feita pelos jesuítas. Nhanderuete, "o liberador da palavra original", segundo a tradição mbýa, que é um dialeto da língua guarani, do tronco lingüístico tupi, seria algo mais próximo do que os catequizadores imaginavam.
Câmara Cascudo afirma que Tupã "é um trabalho de adaptação da catequese". Na verdade o conceito "Tupã" já existia: não como divindade, mas como conotativo para o som do trovão (Tu-pá, Tu-pã ou Tu-pana, golpe/baque estrondante), portanto, não passava de um efeito, cuja causa o índio desconhecia e, por isso mesmo, temia. Osvaldo Orico é da opinião de que os indígenas tinham noção da existência de uma Força, de um Deus superior a todos. Assim ele diz: "A despeito da singela idéia religiosa que os caracterizava, tinha noção de Ente Supremo, cuja voz se fazia ouvir nas tempestades – Tupã-cinunga, ou "o trovão", cujo reflexo luminoso era Tupãberaba, ou relâmpago. Os índios acreditavam ser o deus da criação, o deus da luz. Sua morada seria o sol
Para os indígenas, antes dos jesuítas os catequizarem, Tupã representava um ato divino, era o sopro, a vida, e o homem a flauta em pé, que ganha a vida com o fluxo que por ele passa.
Fonte:Wikipedia

sábado, 5 de maio de 2012

Nomes e sobrenomes indígenas

Relação de nomes indígenas  
- Anchieta
- Apoema
- Apuã
- Araci
- Arachane
- Bartira
- Caue
- Caubi
- Ceci
- Tainá
- Guaraci
- Guaraciaba
- Iara
- Iberê
- Ipanema
- Iracema
- Irati
- Irani
- Jacir
- Jacira
- Jacobina
- Janaína
- Jandira
- Juçara
- Jurema
- Maiara
- Maíra
- Moacir
- Moara
- Moema
- Peri
- Ubajara
- Ubirajara
- Ubiratã
- Yara
Sobrenomes de origem indígena
- Araripe
- Acatauassú
- Cairu
- Capiperibe
- Jaguaribe
- Jatobá
- Murici
- Paraguaçu
- Pitangui
- Saraíba
- Suaçuna
- Tabajara
- Tibiriçá
- Pari

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Teiniaguá

Ícone da cultura gaúcha, a Teiniaguá, é uma Princesa Moura, transformada em largatixa pelo Diabo Vermelho dos índios, Anhangá-Pitã. Séculos atrás, quando caiu o último reduto árabe na Espanha, veio fugida e transfigurada em uma velha; para que não fosse reconhecida e aprisionada.
Corpo de lagartixa (ou salamandra), encontra-se no lugar de sua cabeça uma pedra preciosa cintilante, cor de rubi, que fascina os homens e os atrai, destinada a viver em uma lagoa no Cerro do Jarau.
Mas um dia o sacristão da igreja da aldeia próxima, assolado pelo calor, foi até a lagoa refrescar-se. Ao se aproximar percebeu que a lagoa fervia e na sua frente a Teiniaguá surgiu, rapidamente ele a agarrou, a aprisionou em uma guampa, e foi para seus aposentos atrás da igreja. Durante a noite, ao abrir a guampa, ocorre uma mágica, ela volta a ser mulher e lhe pede vinho. Sabendo que o único vinho que podia oferecer era o do padre, não hesitou em buscá-lo. Todas as noites o fato se repetia, e os padres começaram a desconfiar; uma noite entraram no quarto do sacristão, a Teiniaguá, rapidamente se transformou em lagartixa e fugiu para as barrancas do Uruguai, ele foi preso.
O sacristão foi condenado a morte, e no dia da aplicação da sentença, sua amada sentiu um mau pressentimento e voltou à aldeia para resgatá-lo. Utilizando magia, o encontrou e nesse momento houve um grande estrondo, que produziu fogo e fumaça e tudo afundou.
Ficaram confinados após isso, em uma caverna profunda, chamada de Salamanca do Jarau. De onde só sairiam quando surgisse algém capaz de cumprir as sete provas: as espadas ocultas na sombra, a arremetida de jaguares e pumas furiosos, a dança dos esqueletos, o jogo das línguas de fogo e das águas ferventes, a ameaça da boicininga amaldiçoada (única que não está presente na literatura épica, é um proveitamento folclórico), o convite das donzelas cativas, o cerco dos anões.
Com os desafios superados, seria concedido ao valente vencedor um desejo, o qual, ele deveria depois renegar. Após duzentos anos, chega à furna um gaúcho chamado Blau, que conheceu a lenda através de sua avó charrua. Sem hesitar ele cumpriu as provas, pórem, não desejou nada. A princesa ficou triste, pois assim não conseguiriam, ela e seu amado sacristão, libertarem-se do encanto. Quando o gaúcho montava em seu cavalo para ir embora, o sacristão lhe deu uma moeda de ouro, como lembrança de sua estada; sem poder recusar, colocou a moeda no bolso e foi embora.
Alguns dias depois ficou sabendo que um amigo seu desistira de ser criador de gado, lembrou da moeda e foi comprar um boi, mas ao retirá-la para pagar foram surgindo novas moedas e ele conseguiu comprar todos. Admirado com a riqueza de Blau, o amigo espalhou a notícia, e todos ficaram espantados com ela. Acreditando que ele havia feito um pacto com o demônio, ninguém mais quis lhe vender nem comprar nada. Sentindo saudade da vida de antes, voltou à gruta para devolver a moeda mágica. Chegando lá, contou a história ao sacristão e lhe devolveu a moeda. Ao colocá-la em sua mão, o feitiço foi quebrado com uma grande explosão. Da furna saíram os dois condenados, transformados em um belo casal de jovens. Casaram-se e trouxeram a descendência indigeno-ibérica aos povoados do Rio Grande do Sul.
Fonte:Wikipedia

terça-feira, 1 de maio de 2012

Boto cor-de-rosa

Os botos são mamíferos cetáceos que vivem nos rios amazônicos. Diz-se que, durante as festas juninas, o boto rosado aparece transformado em um rapaz elegantemente vestido de branco e sempre com um chapéu para cobrir a grande narina que não desaparece do topo de sua cabeça com a transformação.
Esse rapaz seduz as moças desacompanhadas, levando-as para o fundo do rio e, em alguns casos engravidando-as. Por essa razão, quando um rapaz desconhecido aparece em uma festa usando chapéu, pede-se que ele o tire para garantir que não seja um boto. Daí deriva o costume de dizer, quando uma mulher tem um filho de pai desconhecido, que ele é "filho do boto".
Fonte:Wikipedia

Intrumentos musicais indígena

Seu instrumental inclui instrumento de percussão e sopro, os mais empregados, mas classificações próprias dos índios fazem distinções diferentes, com dezenas de categorias para "coisas de fazer música". Os instrumentos podem ser feitos de uma variedade de materiais, como sementes, madeiras, fibras, pedras, objetos cerâmicos, ovos, ossos, chifres e cascos de animais.
  • Idiofones: instrumentos que vibram por si mesmos ou por percussão ou atrito, podendo ser tocados diretamente ou soarem em decorrência de movimentos indiretos. Incluem toras de madeira, bastões de percussão, fragmentos de tábuas, chocalhos, guizos, cabaças cheias de pedrinhas ou sementes, crânios, etc.
  • Membranofones: instrumentos que soam pela vibração de uma membrana neles distendida, como os tambores. São raros entre os indígenas brasileiros, e acredita-se que os existentes sejam cópias de antigos modelos conhecidos através dos primeiros europeus que aqui chegaram.
  • Aerofones: soam pela ação do ar no seu interior. Podem ser agitados ou soprados. São os instrumentos mais numerosos e comuns. Sua diversidade é enorme, incluindo instrumentos com funcionamento semelhante às trombetas (com ou sem ressoadores e lingüetas), clarinetes, buzinas, apitos e sobretudo as flautas, de um a vários tubos, com embocadura perpendicular ou longitudinal, havendo mesmo exemplares para sopro nasal.
  • Zumbidores: soam quando agitados no ar. Consistem de um cabo decorado ligado por uma corda a uma pequena peça de madeira oval. Ao ser girada rapidamente a peça produz um zumbido forte. Em muitas tribos tem relação direta com a morte, sendo utilizados em cerimônias funerárias e proibidos às mulheres ou crianças. Podem ser usados para afastar influências nefastas, e em outras, porém, serve de brinquedo infantil.

Alimentação dos índios

Características da alimentação indígena
Podemos dizer que a alimentação indígena é natural, pois eles consomem alimentos retirados diretamente da natureza. Desta forma, conseguem obter alimentos isentos de agrotóxicos ou de outros produtos químicos. A alimentação indígena é saudável e rica em vitaminas, sais minerais e outros nutrientes. 
Como os índios não consumem produtos industrializados, ficam livres dos efeitos nocivos dos conservantes, corantes artificiais, realçadores de sabor e outros aditivos artificiais usados na indústria alimentícia.
Somada a uma intensa atividade física, a alimentação indígena proporciona aos integrantes da tribo uma vida saudável. Logo, podemos observar nas aldeias isoladas (sem contatos com o homem branco), indivíduos fortes, saudáveis e felizes. Obesidade, estresse, depressão e outros males encontrados facilmente nas grandes cidades passam longe das tribos.
Numa aldeia indígena, o preparo dos alimentos é de responsabilidade das mulheres. Aos homens, cabe a função de caçar e pescar. 
Principais alimentos consumidos pelos índios brasileiros:
- Frutas
- Verduras
- Legumes
- Raízes
- Carne de animais caçados na floresta (capivara, porco-do-mato, macaco, etc).
- Peixes
- Cereais
- Castanhas
Pratos típicos da culinária indígena:
- Tapioca (espécie de pão fino feito com fécula de mandioca)
- Pirão (caldo grosso feito de farinha de mandioca e caldo de peixe).
- Pipoca
- Beiju (espécie de bolo de formato enrolado feito com massa de farinha de mandioca fina)
* Este texto refere-se aos índios que não possuem muito contato com os homens brancos e que ainda seguem sua cultura. Infelizmente, muitas tribos deixaram de lado a alimentação saudável quando entraram em contato com o homem branco.
- Paçoca
 

óca

Oca é o nome dado à típica habitação indígena brasileira. O termo é oriundo da família linguística tupi-guarani.
As ocas são construções de grandes dimensões, podendo a chegar a 30 m de comprimento. São construídas em mutirão ao longo de cerca de uma semana, com uma estrutura de madeira e taquaras e cobertura de palha ou folhas de palmeira. Chegam a durar 15 anos. Não possuem divisões internas ou janelas, apenas uma ou poucas portas, e servem de habitação coletiva para várias famílias.

Pintura Corporal Indígena

Uma das características que mais marcam a cultura indígena, é a pintura corporal que pode ser vista como tão necessária e importante esteticamente como a roupa usada pelo “homem branco”. A pintura corporal para os indios tem sentidos diversos, não somente na vaidade, ou na busca pela estética perfeita, mas pelos valores que são considerados e transmitidos através desta arte. Feita de jenipapo, carvão ou urucum, tem como objetivo diferir os povos, determinar a função de cada um dentro da aldeia e até mostrar o estado civil. Algumas índias utilizam esse método, por exemplo, para “dizer” que estão interessadas em encontrar um parceiro.O processo de preparação da tinta consiste em ralar a fruta com semente e depois misturá-la com outros pigmentos, como o carvão, para diversificar as cores.Nos dias comuns a pintura pode ser bastante simples, porém nas festas, nos combates, mostra-se requintada, cobrindo também a testa, as faces e o nariz. A pintura corporal é função feminina, a mulher pinta os corpos dos filhos e do marido. Cada etnia tem sua própria marca e se alguma outra utilizar a mesma, uma luta entre as aldeias pode ocorrer.A etnia Tenharim, do Amazonas, faz desenhos de bolas em todo o corpo para se caracterizar. Homens usam desenhos maiores para se diferenciarem das mulheres e imporem uma posição de liderança. Já na aldeia Tapirapé, do Mato Grosso, homens podem usar as mesmas figuras das mulheres, mas as mulheres não podem usar as dos homens. Esta é uma arte muito especial porque não está associada a nenhum fim utilitário, mas apenas a pura busca da beleza.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Yvy marã e'ỹ

Yvy marã e'ỹ é um mito indígena. A expressão guarani significa "terra sem males" ou "terra sem mal", em português. Segundo a lenda, neste lugar não haveria guerras, fome nem doença.
Foi um dos principais instrumentos de resistência utilizados pelo povo guarani contra o domínio dos espanhóis e portugueses. Os movimentos pela busca da "terra sem males" era articulado pelos pajés, que se intitulavam Karaí.
Em 1549, sofrendo com a colonização portuguesa, 15 000 índios partiram do litoral rumo aos Andes, buscando a "terra sem males". Apenas trezentos chegaram a Chachaulpoyas, no Peru, onde, ao invés de bonança, foram capturados e presos
O mito de yvy marã e'ỹ sobreviveu entre os guaranis mais aguerridos em suas crenças e sua cultura.

domingo, 29 de abril de 2012

Mbaê-Tata(Boitata)



Em 1560 registrou o Padre José de Anchieta:
"Há também outros (fantasmas), máxime nas praias, que vivem a maior parte do tempo junto do mar e dos rios, e são chamados baetatá, que quer dizer cousa de fogo, o que é o mesmo como se se dissesse o que é todo de fogo. Não se vê outra cousa senão um facho cintilante correndo para ali; acomete rapidamente os índios e mata-os, como os curupiras; o que seja isto, ainda não se sabe com certeza." (in: Cartas, Informações, Framentos Históricos, etc. do Padre José de Anchieta, Rio de Janeiro, 1933)
No folclore brasileiro, o Boitatá é uma gigantesca cobra-de-fogo que protege os campos contra aqueles que o incendeiam. Vive nas águas e pode se transformar também numa tora em brasa, queimando aqueles que põem fogo nas matas e florestas.
A causa desse mito pode ser explicada com uma reação química, ossos de animais, como bois, cavalos etc. que são ricos em fósforo branco, que é um material inflamável(diferente do fósforo vermelho que é usado como medicamento), se aglomeram em um lugar, o osso começa a se decompor, e sobra apenas o fósforo. Quando um raio ou faisca, entra em contato com os ossos semi-decompostos causa uma enorme chama.
A palavra, de origem indígena como a lenda, tem o significado de cobra (mboi) de fogo (tata), sendo Mbãetata em sua lingua original. Pensaram entao, em juntar as duas palavras (mboi e tata) para transforma-las neste mito: Boitatá.
Na obra Lendas do Sul, de João Simões Neto, há um conto com este nome que descreve bem o que seja a lenda. Há registro de que a primeira versão da história foi feita pelo padre José de Anchieta, que o denominou com o termo tupi Mbaetatá - coisa de fogo. A idéia era de uma luz que se movimentava no espaço, daí, "Veio a imagem da marcha ondulada da serpente ". Foi essa imagem que se consagrou na imaginação popular Descrevem o Boitatá como uma serpente com olhos que parecem dois faróis, couro transparente, que cintila nas noites em que aparece deslizando nas campinas, nas beiras dos rios. Em Santa Catarina, a figura aparece da seguinte maneira: um touro de "pata como a dos gigantes e com um enorme olho bem no meio da testa, a brilhar que nem um tição de fogo".
A versão que predominou foi a do Rio Grande do Sul. Nessa região, narra a lenda que houve um período de noite sem fim nas matas. Além da escuridão, houve uma enorme enchente causada por chuvas torrenciais. Assustados, os animais correram para um ponto mais elevado a fim de se protegerem. A boiguaçu, uma cobra que vivia numa gruta escura, acorda com a inundação e, faminta, decide sair em busca de alimento, com a vantagem de ser o único bicho acostumado a enxergar na escuridão. Decide comer a parte que mais lhe apetecia, os olhos dos animais e de tanto comê-los vai ficando toda luminosa, cheia de luz de todos esses olhos. O seu corpo transforma-se em ajuntadas pupilas rutilantes, bola de chamas, clarão vivo, boitatá, cobra de fogo. Ao mesmo tempo a alimentação farta deixa a boiguaçu muito fraca. Ela morre e reaparece nas matas serpenteando luminosa. Quem encontra esse ser fantástico nas campinas pode ficar cego, morrer e até enlouquecer. Assim, para evitar o desastre os homens acreditam que têm que ficar parados, sem respirar. e de olhos bem fechados. A tentativa de escapar da cobra apresenta riscos porque o ente pode imaginar fuga de alguém que ateou fogo nas matas. No Rio Grande do Sul, acredita-se que o "boitatá" é o protetor das matas e das campinas. A verdade é que a idéia de uma cobra luminosa, protetora de campinas e dos campos aparece freqüentemente na literatura, sobretudo nas narrativas do Rio Grande do Sul.
Ainda hoje, esta lenda folclórica impressiona adultos e crianças, sendo citada, inclusive, como personagem de destaque em várias obras contemporâneas como, por exemplo, “Quem tem medo do Boitatá?”, de Manuel Filho, lançada em 2007. Nesta história infanto-juvenil, o avô do protagonista, Sandrinho, é cego pelo próprio Boitatá. A serpente também é relembrada na história de José Santos, “O casamento do Boitatá com a Mula-sem-cabeça”, onde o autor descreve de forma lúdica a união de vários seres do nosso folclore. Nas referidas obras, assim como em muitas outras, o ser fantástico é citado como “o Boitatá”, mas é possível encontrar citações como “a Boitatá” tal como ocorre na obra recente de Alexandra Pericão, "Uaná, um curumim entre muitas lendas" , em que a serpente, também comedora de olhos, é descrita de um jeito bem contemporâneo, com citações divertidas como “Mas ninguém, até hoje, e isso é o mais espantoso de tudo, conseguiu colocar uma foto sua na internet. Apesar do tamanho gigante, a serpente é tão discreta, que só conseguem vê-la aqueles que ela mesmo captura”. Também José Simões Lopes Neto, em obra supramencionada, refere-se ao ser no gênero feminino, valendo citar o trecho: “Foi assim e foi por isso que os homens, quando pela primeira vez viram a boiguaçu tão demudada, não a conheceram mais. Não conheceram e julgando que era outra, muito outra, chamam-na desde então, de boitatá, cobra do fogo, boitatá, a boitatá!”.
Fonte:Wikipedia

Caipora

No imaginário popular em diferentes regiões do País, a figura do Caipora está intimamente associada à vida da floresta. Ele é o guardião da vida animal. Apronta toda sorte de ciladas para o caçador, sobretudo aquele que abate animais além de suas necessidades. Afugenta as presas, espanca os cães farejadores, e desorienta o caçador simulando os ruídos dos animais da mata. Assobia, estala os galhos e assim dá falsas pistas fazendo com que ele se perca no meio do mato. Mas, de acordo com a crença popular. é sobretudo nas sextas-feiras, nos domingos e dias santos, quando não se deve sair para a caça, que a sua atividade se intensifica. Mas há um meio de driblá-lo. O Caipora aprecia o fumo. Assim, reza o costume que, antes de sair numa noite de quinta-feira para caçar no mato, deve-se deixar fumo de corda no tronco de uma árvore e dizer: "Toma, Caipora, deixa eu ir embora". A boa sorte de um caçador é atribuída também aos presentes que ele oferece. Assim, por sua vez, os homens encontram um meio de conseguir seduzir esse ente fantástico. Mas fracasso na empreitada é atribuído aos ardis da entidade. No sertão do Nordeste, também é comum dizer que alguém está com o Caipora quando atravessa uma fase de empreendimentos mal sucedidos, e de infelicidade.
Há muitas maneiras de descrever a figura que amedronta os homens e que, parece, coloca freios em seus apetites descontrolados pelos animais. Pode ser um pequeno caboclo, com um olho no meio da testa, cocho e que atravessa a mata montado num porco selvagem; um índio de baixa estatura, ágil; um homem peludo, com vasta cabeleira.

sábado, 28 de abril de 2012

Açaí

Há muito tempo, quando ainda não existia a cidade de Belém do Pará, vivia no local uma tribo indígena. Nesta época os alimentos eram escassos e por este motivo o cacique tomou uma decisão muito cruel: resolveu que todas as crianças que nascessem a partir daquela data, seriam necessariamente sacrificadas, uma vez que não haveria alimento suficiente para todos.
Porém, Iaça, filha do Cacique, deu a luz a um lindo menino o qual não foi poupado da cruel decisão de seu avô.
A índia chorava todas as noites com saudades de seu filho, até que numa noite de lua cheia, a índia ouviu o choro de uma criança. O choro vinha da direção de uma bela palmeira.
Quando a índia chegou ao local, seu filho a esperava de braços abertos. Radiante de alegria, Iaça correu para abraçá-lo, mas quando o fez, a criança misteriosamente desapareceu. No dia seguinte, a índia foi encontrada morta, abraçada ao tronco da palmeira. Seu rosto trazia um suave sorriso de felicidade e seus olhos negros, ainda abertos, fitavam o alto da palmeira que estava carregada de frutinhos escuros.
Então, o Cacique mandou que apanhassem os frutinhos e percebeu que deles poderia se extrair um suco quando amassados, que passou a ser a principal fonte de alimento daquela tribo. Este achado fez com que o Cacique suspendesse os sacrifícios e as crianças voltaram a nascer livremente, pois a alimentação já não era mais problema na tribo.
Em agradecimento ao deus Tupã e em homenagem a sua filha, o Cacique deu o nome de AÇAÍ aos frutinhos encontrados na palmeira, que é justamente o nome de IAÇA invertido.

Guaraná

As tribos de Munducurucânia eram as mais prósperas dos índios. Venciam todas as guerras, as pescas eram ótimas, os peixes, os melhores e a doença era rara. Tudo isso por causo de um curumin que, há alguns anos, nascera naquela tribo.
Ele era o mais protegido de todos. Nas pescas, era acompanhado por muitos - os pescadores desviavam dos rios as piranhas, jacarés ou qualquer outro perigo. Mas, certo dia, toda a segurança foi embora: o Gênio do Mal apareceu em forma de cascavel e feriu o garoto. A tribo entrou em lamentação e em desespero.
Tupã, o Deus dos índios, atendeu a todo aquele lamento e disse :
- Tirem os olhos do curumim e plantem-no na terra firme, reguem-no com lágrimas durante 4 luas e ali nascerá a "planta da vida", ela dará força aos jovens e revigorará os velhos.
Os pajés não duvidaram, arrancaram e plantaram os olhos do curumim e regaram com lágrimas durante quatro luas.
Nasceu ali uma nova planta, travessa como as crianças, com hastes escuras e sulcadas como os músculos dos guerreiros da tribo. E quando ela frutificou, seus frutos de negro azeviche, envoltos de um arilo branco com duas cápsulas de cor vermelho-vivo. Diziam os índios:
- É a multiplicação dos olhos do príncipe!
E o fruto trouxe progresso da tribo. Ajudou os velhos e deu mais força aos guerreiros.

Vitória-Régia

Há muitos anos, em uma tribo indígena, contava-se que a lua (Jaci, para os índios) era uma deusa que ao despontar a noite, beijava e enchia de luz os rostos das mais belas virgens índias da aldeia - as cunhantãs-moças. Sempre que ela se escondia atrás das montanhas, levava para si as moças de sua preferência e as transformava em estrelas no firmamento.
Uma linda jovem virgem da tribo, a guerreira Naiá, vivia sonhando com este encontro e mal podia esperar pelo grande dia em que seria chamada por Jaci. Os anciãos da tribo alertavam Naiá: depois de seu encontro com a sedutora deusa, as moças perdiam seu sangue e sua carne, tornando-se luz - viravam as estrelas do céu. Mas quem a impediria? Naiá queria porque queria ser levada pela lua. À noite, cavalgava pelas montanhas atrás dela, sem nunca alcançá-la. Todas as noites eram assim, e a jovem índia definhava, sonhando com o encontro, sem desistir. Não comia e nem bebia nada. Tão obcecada ficou que não havia pajé que lhe desse jeito.
Um dia, tendo parado para descansar à beira de um lago, viu em sua superfície a imagem da deusa amada: a lua refletida em suas águas. Cega pelo seu sonho, lançou-se ao fundo e se afogou. A lua, compadecida, quis recompensar o sacrifício da bela jovem india, e resolveu transformá-la em uma estrela diferente de todas aquelas que brilham no céu. Transformou-a então numa "Estrela das Águas", única e perfeita, que é a planta vitória-régia. Assim, nasceu uma linda planta cujas flores perfumadas e brancas só abrem à noite, e ao nascer do sol ficam rosadas.
Fonte:Wikipedia

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Nhanderuvuçu

Nhanderuvuçú não tem forma humana a chamada forma antropomórfica, é a energia que existe, sempre existiu e existirá para sempre, portanto Nhanderuvuçú existe mesmo antes de existir o universo.
A única realidade que sempre existiu, existe e existirá para sempre é a energia a qual os índios brasileiros identificam como Nhanderuvuçú.

Características da energia

A energia existia mesmo antes de existir a relatividade, antes do início do Universo.
A energia existia no caos sem tempo, sem espaço e sem nenhum tipo de velocidade, era o caos mas a energia sempre existiu.

Leis fundamentais da energia

  1. Energia não pode ser criada nem destruída.
  2. Energia pode se transformar de uma forma de energia em outra.
  3. Energia total do Universo não aumenta nem diminui apenas tudo fica em constante transformação.
Para os índios brasileiros não catequizados e para outros brasileiros que nem índios são; essa religião continua sendo professada atualmente por muitos fiéis residentes no Brasil.
Dizem eles que o início do mundo foi muito semelhante ao que dizem as outras doutrinas de outras religiões estrangeiras.
Deus, chama-se Nhanderuvuçú.
No princípio ele criou a alma, que na língua tupi-guarani diz-se "Anhang" ou "añã" a alma; "gwea" significa velho(a); portanto anhangüera "añã'gwea" significa alma antiga.
Nhanderuvuçú criou as duas almas e, das duas almas (+) e (-) surgiu "anhandeci" a matéria.
Depois ele disse para haver lagos, neblina, cerração e rios.
Para proteger tudo isso, ele criou Iara.
Depois de Iara, Nhanderuvuçú criou Tupã que é quem controla o clima, o tempo e o vento, Tupã manifesta-se com os raios, trovões, relâmpagos, ventos e tempestades, é Tupã quem empurra as nuvens pelo céu.
Nhanderuvuçú criou também Caaporã o protetor das matas por si só nascidas e protetor dos animais que vivem nas florestas, nos campos, nos rios, nos oceanos, enfim o protetor de todos os seres vivos.
Caaporã quando é evocado para proteger as plantas plantadas junto aos roçados dos índios é chamado por eles de forma carinhosa com o cognome de Ceci.
Caaporã em língua tupi-guarani significa "boca da mata "Caa = boca e Porã = mata"
Dizem as lendas que no meio dos animais protegidos por Caaporã apareceu mais um casal de animais.
A primeira mulher, Amaú e, o primeiro homem, Poronominare.
Quem segue esta religião, religião "Primitiva do Brasil" adora as formas de manifestações da energia, adora o sol, os raios, os relâmpagos e o clima em geral, através da adoração de Tupã, adora as águas, a neblina, os rios, cachoeiras, lagos, lagoas, mares e oceanos através da adoração de Iara, adoram as matas, os animais e toda a natureza adorando Caaporã, evocam Ceci para proteger os campos plantados, a agricultura e as criações de animais domésticos.
Enfim adoram o que existe de fato, adoram somente o que é realmente real, os fenômenos naturais, o clima, a natureza, apenas as coisas reais.
Primitiva do latim "primitivu", primeiros tempos; princípio.
  • A religião "Primitiva do Brasil", não inclui nenhum personagem antropomórfico (forma humana) em suas crenças, apenas Poronominare e Amaú possuem essa forma mas, não são divinos, são animais também e, portanto pertencem à Caaporã o protetor de toda a natureza viva e isso inclui todos os seres vivos inclusive nós os animais humanos.
Dizem: "A realidade é a única verdade em que podemos acreditar".
Os jesuítas durante a catequese dos indígenas brasileiros, interpretaram equivocadamente "Anhangüera" com o significado de "diabo velho" ao invés de "alma antiga"; outro equívoco deles foi chamar Caaporã de "curupira" que é o mito de um demônio com forma de gente e com os pés ao contrário criado segundo a imaginação no folclore dos colonizadores cristãos no Brasil durante o processo da catequese destes índios.
Osvaldo Orico, foi da opinião de que os indígenas tinham noção da existência de uma força, de um Deus superior a todos. Assim ele diz:
"Tupã-Cinunga ou "o trovão", cujo reflexo luminoso é tupãberaba, ou relâmpago cuja voz se faz ouvir nas tempestades sua morada é o Sol.
Tupã representa um ato divino, é o sopro da vida, e o homem a flauta em pé, que ganha a vida com o fluxo que por ele passa."
Fonte:Wikipedia

Lenda da Erva-Mate

Uma tribo indígena nômade se deteve nas ladeiras das serras onde nasce o Rio Tabay. Quando retomou seu caminho, um dos membros da tribo, um índio velho e cansado pelos anos, ficou refugiado na selva, na companhia de sua filha Yaríi, que era muito bonita. Um dia, chegou, ao esconderijo do velho, um homem que possuía uma pele de cor estranha e que se vestia com roupas esquisitas, a quem receberam com generosidade.
O velho ofereceu ao visitante uma carne assada de acuti, um roedor da região e um prato de tambu, que é preparado com uma larva de carne branca e abundante que os Guaranis criam nos troncos de pindó.
Conta a lenda que o visitante era um enviado do Deus do Bem, que quis recompensar tanta generosidade proporcionando-lhes algo que pudessem oferecer sempre aos seus visitantes e que poderia encurtar as horas de solidão às margens dos riachos onde descansavam. Para eles, fez brotar uma nova planta no meio da selva, que chamou de Yaríi, deusa que a protegia, e confiou seus cuidados a seu pai, Cáa Yaráa, ensinando-lhe a secar seus ramos ao fogo e a preparar uma iguaria que poderiam oferecer a todos os que os visitassem. Desde então, a nova planta cresce, oferecendo folhas e galhos para preparar o mate.
Fonte:Wikipedia

Pajé

O pajé é uma pessoa de destaque em certas tribos indígenas, são curandeiros, tidos por muitos como portadores de poderes ocultos ou orientadores espirituais. Segundo o dicionário Aurélio é uma palavra de origem tupi, adotada como termo das disciplinas antropologia e etnologia brasileira que designa o especialista ritual que, nas comunidades indígenas brasileiras, tem a atribuição ou o suposto poder referido e de comunicar-se com as diversas potências e seres não humanos (espírito de animais, de pessoas mortas, etc.) tendo como sinonímia os termos: xamã, manda-chuva, benzedor e curandeiro.
Assim como os xamãs, podem assumir o papel de médicos, sacerdotes e fazer uso de plantas para fins medicinais ou invocação de entidades. Normalmente, o conhecimento da utilização da planta correta para cada caso ou situação é passado de geração em geração, trazendo assim uma responsabilidade para o pajé da tribo. Alguns índios acreditam que os pajés têm ligacões diretas com os Deuses, sendo representantes escolhidos pelos Deuses para passar a profecia ao povo.
Fonte:Wikipedia

Iara

A Iara é uma lenda do folclore brasileiro. Ela é uma linda sereia que vive no rio Amazonas, sua pele é morena, possui cabelos longos, negros e olhos castanhos.
A Iara costuma tomar banho nos rios e cantar uma melodia irresistível, desta forma os homens que a veem não conseguem resistir aos seus desejos e pulam dentro do rio. Ela tem o poder de cegar quem a admira e levar para o fundo do rio qualquer homem com o qual ela desejar se casar.
Os índios acreditam tanto no poder da Iara que evitam passar perto dos lagos ao entardecer.

Segundo a lenda, Iara era uma índia guerreira, a melhor da tribo, e recebia muitos elogios do seu pai que era pajé.
Os irmãos de Iara tinham muita inveja e resolveram matá-la à noite, enquanto dormia. Iara, que possuía um ouvido bastante aguçado, os escutou e os matou.
Com medo da reação de seu pai, Iara fugiu. Seu pai, o pajé da tribo, realizou uma busca implacável e conseguiu encontrá-la, como punição pelas mortes a jogou no encontro dos Rios Negro e Solimões, alguns peixes levaram a moça até a superfície e a transformaram em uma linda sereia.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Línguas indígenas da América

As línguas indigenas da América são as línguas faladas pelos povos indígenas desde a ponta sul da América do Sul até ao Alasca e à Gronelândia, através das áreas territoriais que constituem América. Geralmente são línguas tonais e possuem sempre estrutura variada entre si. Estas línguas indígenas consistem em dezenas de famílias de línguas distintas, línguas isoladas e línguas inclassificadas. Foram feitas numerosas tentativas para as agrupar em superfamílias, mas devido à grande quantidade de línguas, foram tentativas que falharam. Muitas línguas indígenas utilizam palavras de outras línguas para incorporar ao seu vocabulário. Um exemplo delas é a tupi-guarani, que utiliza palavras do português, como "desenvolvimento" e "economia".
Fonte:Wikipedia

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Deuses e criaturas Tupi-guarani

Jaci (do tupi îasy "lua"), na mitologia Tupi, é a deusa da Lua, protetora dos amantes e da reprodução. É identificada com Vishnu dos hindus e com Ísis dos egípcios.

Rudá, na mitologia tupi, é o deus do amor, que vive nas nuvens. Sua função é despertar o amor dentro do coração das mulheres. É identificado com o deus Hórus egípcio.
 Andurá é uma árvore fantástica que, à noite, se inflama subitamente.

Teju Jagua é conhecido como deus das cavernas, grutas e lagos na mitologia guarani. Ele tem um grande corpo de lagarto e sete cabeças de cachorro. Arrasta-se como um lagarto e come frutas e mel.
Caupe na mitologia tupi-guarani é a deusa que representa a beleza, também é conhecida como a Afrodite indígena.


Lendas do Maculelê

verdadeira origem do maculelê é desconhecida, existindo diversas lendas a seu respeito. Estas lendas, naturalmente, vieram da tradição oral característica às culturas afro-brasileira e indígena da época do Brasil Colônia e inevitavelmente sofreram alterações ao longo do tempo.
Em uma delas conta-se que Maculelê era um negro fugido que tinha doença de pele. Ele foi acolhido por uma tribo indígena e cuidado pelos mesmos, mas ainda assim não podia realizar todas as atividades com o grupo, por não ser um índio. Certa vez Maculelê foi deixado sozinho na aldeia, quando toda a tribo saiu para caçar. Eis que uma tribo rival aparece para dominar o local. Maculelê, usando dois bastões, lutou sozinho contra o grupo rival e, heroicamente, venceu a disputa. Desde então passou a ser considerado um herói na tribo.
Outra lenda fala do guerreiro indígena Maculelê, um índio preguiçoso e que não fazia nada certo; por esta razão, os demais homens da tribo saíam em busca de alimento e deixavam-no na tribo com as mulheres, os idosos e as crianças. Uma tribo rival ataca, aproveitando-se da ausência dos caçadores. Para defender a sua tribo, Maculelê, armado apenas com dois bastões já que os demais índios da sua tribo haviam levado todas as armas para caçar, enfrenta e mata os invasores da tribo inimiga, morrendo pelas feridas do combate. Maculelê passa a ser o herói da tribo e sua técnica reverenciada.
Existem diferentes versões para cada lenda, mas a maioria mantém como base o ataque rival, a resistência solitária e a improvisação dos dois bastões como arma. O maculelê atual, usando a dança com bastões, simboliza a luta de Maculelê contra os guerreiros rivais.
Estudos desenvolvidos por Manoel Querino (1851-1923) apontam indicações de que o maculelê poderia ser um fragmento do Cucumbi, apesar das notáveis diferenças.
O maculelê é uma dança que pode envolver mulheres e homens.

domingo, 22 de abril de 2012

Hino Brasileiro em Tupi-Guarani

Hino Nacional Brasileiro em Tupi
Nheengarissáua Retamauára

Embeyba Ypiranga sui, pitúua,
Ocendu kirimbáua sacemossú
Cuaracy picirungára, cendyua,
Retama yuakaupé, berabussú.
Cepy quá iauessáua sui ramé,
Itayiuá irumo, iraporepy,
Mumutara sáua, ne pyá upé,
I manossáua oiko iané cepy.
Iassalssú ndê,
Oh moetéua
Auê, Auê !
Brasil ker pi upé, cuaracyáua,
Caissú í saarússáua sui ouié,
Marecê, ne yuakaupé, poranga.
Ocenipuca Curussa iepé !
Turussú reikô, ara rupí, teen,
Ndê poranga, i santáua, ticikyié
Ndê cury quá mbaé-ussú omeen.
Yby moetéua,
Ndê remundú,
Reikô Brasil,
Ndê, iyaissú !
Mira quá yuy sui sy catú,
Ndê, ixaissú, Brasil!
Ienotyua catú pupé reicô,
Memê, paráteapú, quá ara upé,
Ndê recendy, potyr America sui.
I Cuaracy omucendy iané !
Inti orecó purangáua pyré
Ndê nhu soryssára omeen potyra pyré,
ìCicué pyré orecó iané caaussúî.
Iané cicué, ìndê pyá upé, saissú pyréî.
Iassalsú ndê,
Oh moetéua
Auê, Auê !
Brasil, ndê pana iacy-tatá-uára
Toicô rangáua quá caissú retê,
I quá-pana iakyra-tauá tonhee
Cuire catuana, ieorobiára kuecê.
Supí tacape repuama remé
Ne mira apgáua omaramunhã,
Iamoetê ndê, inti iacekyé.
Yby moetéua,
Ndê remundú,
Reicô Brasil,
Ndê, iyaissú !
Mira quá yuy sui sy catú,
Ndê, ixaissú,
Brasil!

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Tamoios

O termo tamoios se refere a uma aliança de povos indígenas do tronco lingüistico tupi que habitavam a costa dos atuais estados de São Paulo (litoral norte) e Rio de Janeiro (Vale do Paraíba Fluminense). Esta aliança, liderada pela nação tupinambá, congregava também os guaianezes e aimorés. Portanto "tamoio" não se trata de um etnônimo, ou seja, de uma tribo ou nação indígena específica.
O termo "tamoio" vem "tamuya" que em língua tupi significa "os velhos, os idosos, os anciãos", indicando que eles eram as mais antigas tribos tupis, os que mais prezavam os costumes tradicionais.
A aliança de tribos, conhecida como Confederação dos Tamoios, foi motivada pelos ataques dos portugueses e mestiços vicentinos (da atual cidade de São Vicente), liderados por João Ramalho e pelo cacique Tibiriçá, que procuravam capturar escravos entre os indígenas para trabalhar nas primeiras plantações de cana-de-açúcar.
A aliança foi formada, em 1560, por três experientes caciques tupinambás e mais algumas aldeias das etnias goitacás, guaianás e aimorés, com o claro objetivo de dar combate aos portugueses (por eles chamados de "perós") e às tribos que os apoiassem. Por décadas, os Tamoios foram a única resistência organizada contra a colonização portuguesa. Segundo relatos dos Jesuitas, os tamoios impuseram memoráveis vitórias utilizando apenas 160 canoas, embora algumas delas tivessem 13 metros de comprimento e 30 tripulantes.
O líder de maior autoridade dentro da coalizão era o cacique tupinambá Cunhambebe. Enquanto ele viveu, a coalizão antilusa foi bem sucedida tendo recebido, inclusive, apoio logístico e alguns contigentes franceses. Consta que na aldeia de Cunhambebe, no sítio da atual cidade de Angra dos Reis, havia no meio da taba uma peça de artilharia dada pelos franceses. Os jesuitas dão conta de que o cacique atirava com um canhonete por sobre o ombro. Operacional ou mero enfeite, ela seria uma evidência do poder dos tamoios.
Os relatos do mercenário Hans Staden também confirmam a força dos Tamoios, capazes de sitiar Bertioga várias vezes apesar dos esforços dos 5 irmãos Braga: João, Diogo, Domingo, Francisco e André. Bem como participaram ativamente na escola jesuíta que deu origem à cidade de São Paulo.
Cunhambebe morreu de varíola e a direção da coalizão passou a outro cacique-fundador da coalizão, Aimberê, que comandava os guerreiros da baía de Guanabara. Os portugueses convenceram o cacique Temiminó Araríboia, que tinha sido expulso por Aimberê da ilha dos Gatos (atual Ilha do Governador, na atual cidade do Rio de Janeiro) para as bandas da capitania do Espirito Santo, a se juntar a ele em troca das terras na baía de Guanabara.
A coalizao foi enfraquecida pela saída dos Guaianeses, que fizeram um acordo em separado com os Jesuítas. Em 1567, os portugueses e os Temiminós destruíram a França Antartíca, apesar da ajuda da Confederação dos Tamoios aos franceses (por eles chamados de maíres). Os remanescentes franceses e tamoios fugiram para a região da atual cidade de Cabo Frio. Os franceses derrotados retornaram a Europa, mas os Tupinambás prosseguiram seus ataques a recém-fundada cidade do Rio de Janeiro.
Finalmente, em 1575, uma força expedicionária de quatrocentos lusos e setecentos nativos catequizados de varias etnias cercaram a região de Cabo Frio por terra e mar. Os tupinambás tamoios se renderam e entregaram suas armas, mas os portugueses massacraram todos os índios desarmados. Foi o fim da Confederação dos Tamoios. Os Goitacazes prosseguiram a luta sozinhos por vários anos em torno da atual cidade de Campos dos Goytacazes.
O 2º Distrito de Cabo Frio chama-se Tamoios por ter sido um dos últimos focos de resistência da Confederação dos Tamoios.
Fonte:Wikipedia